quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Relatos de uma desarrumação persistente

Pois bem que já passaram umas quantas semanas desde a última vez que aqui escrevi. Razão? Não sei...falta de tempo, de vontade, de necessidade, etc? Pois continuo na mesma: "não sei".
Mas hoje apetece-me, preciso talvez, não deva possivelmente mas quero.
Atravesso acho que uma das fases mais dificeis para mim, com um verdadeiro misto de sonhos trocados, falsos sentimentos de segurança, sorrisos muitas vezes esforçados, projectos insonsos, desilusões e umas tantas coisas a mais que nem sei o que dizer...
Desde a última vez que aqui escrevi muita coisa aconteceu, e quando digo muita digo realmente MUITA, mesmo que não o tenha sido em quantidades exurbitantes, foi qualitativemente excessivo.
O "desemprego" arrasta-se, a necessidade de trabalhar já é bastante e não é por uma questão de mero trabalho, trata-se sim, de precisar manter-me monetariamente e não ter que pedir por favor aos meus pais que me dêem mais dinheiro que, obviamente não mo negam mas sei o quanto lhes custa a ganhar e não é justo sustentarem este fardo por mais tempo. O outro lado e para mim tão ou mais importante...o ter muito para dar e não poder, o voltar a sentir-me útil e ajudar alguem e não me deixarem...não sei se terei forças para tal como ando ultimamente mas sem dúvida preciso...Hoje uma pequena estrelinha parece ganhar luz e cor no céu para mim, não é uma estrela daquelas que parecem não mover-se, é instável e no dia seguinte não sei se manterá o mesmo vigor para mim, mas hoje...hoje está lá e permite-me voltar a sentir uma esperança.
A nível pessoal...bem a nível pessoal a caixa está simplesmente "desarrumada"...não exprime verdadeiramente mas é o mais perto que consigo. Não sei onde lhe pegue aqui dentro...desilusões contínuas, quer comigo quer com outras pessoas. Pessoas que são muito para mim mas que, sem perceber realmente porquê estão a entrar no meu espaço das boas recordações. Isto porque apenas essas recordações quero manter para não me magoar mais nisto e não ter que desistir de alguém que, até hoje, estava no patamar mais alto da minha consideração. Quero acreditar que possa tirar da caixa de recordações e pôr novamente no meu presente, com tudo o que era e sempre mostrou ser.
Bem desilusão comigo porque o dia-a-dia é uma incógnita, entre obrigar-me a esquecer e a lembrar-me do significado de "impossivel", entre a luta constante entre uma estabilidade que teima em chegar e uma desarrumação que teima em aparecer...não sei mais o que fazer, estou triste comigo. Dei comigo a pensar que sou uma desilusão constante, sempre lutei por manter unido um grupo de pessoas que foram um só, um que entre 20 pessoas completamente distintas apenas era visivel 1! E sei que sempre fiz por isso, não quero parecer convencido, nem para mim mesmo, mas sei o quanto me esforçava por ter comigo sempre, de forma constante, toda a gente que gostava, mesmo que entre si, fossem pessoas muito diferentes. E no dia em que disse para mim que estava exausto, que não iria mais lutar contra algo que ia teimando em acontecer...tudo se fragmentou, foram-se os antigos jantares, é ver cada um por si, em grupos diferentes, que não se dão mal mas simplesmente não "estão" mais interessados em manter o que já houve e é normal...mas eu não podia ter desistido do que tinha, não podia. Hoje em dia, adorar cada um como adorei, adoro e vou adorar sempre, saber o valor que sempre tiveram e vão ter mas não conseguir mais fazer o que já consegui no passado, juntar amigos em pequenos momentos em que eramos felizes, deicxa-me assim, com saudade do passado, saudades das conversas com alguem que à partida nunca nos tinhamos dado tão bem mas demos, demos e damos mas algo mudou e não tenho explicação, mas que vejo como dos meus grandes amigos, dos que sei que estão e que desde que entrou na minha vida não quero ver sair de forma alguma, tenho saudades das noites de barracada no quarto, cada um mais alcoolizado que o outro, a fazer merda cada vez pior, saudades de jantares e saídas em que andavamos sempre juntos seja a falar, beber, fumar ou simplesmente estar, saudades simplesmente de os ver a todos a divertir-se e pensar "este dia devia ser eterno e tenho mesmo um grupo brutal" e acordar no dia seguinte, ressacado mas a pensar sempre que aquelas pessoas e o que faziamos ia ser repetido sempre. Pois bem...deixou de ser, não é mais como era, as pessoas estão mas seja a teimosia do crescimento para o estado "adulto" (DANGER) ou a mera chatisse de continuar a fazer o que sempre se fez, de agora estou farto "destes" vou estar mais com "aqueles", "não vou porque perfiro dormir/jogar/fumar/beber/etc etc sozinho ou so com um ou outro...".... Enfim são meros desabafos de quem sente um desabamento daquilo por que sempre sentiu paixão, amigos, a simples presença deles e de quem dava a vida por qualquer um...
...e agora na eminência de muito em breve ter de sair daqui, de junto de cada um deles e saber que a distância prejudica sempre alguma coisa, como já o fez em meras 9 semanas em lx e mesmo vindo cá regularmente na altura, sinto novamente medo...mas quem de vocês amigos (que sei que sabem bem de quem falo, sei que cada um percebe quem são as pessoas e se me dirijo mesmo a um em particular...) aguentar ler tudo isto, se sequer lerem, digo-vos sem medo que vos adoro e que o tempo não volta para trás mas que o passado leva-se para o futuro e o que é bom mantem-se presente. A cada um, o meu mais sincero obrigado, a cada um, por estes momentos que permacem no meu pensamento, são nostálgicos mas se aqui estão, tiveram valor e mesmo que não sejam repetidos, são eternos para mim... e quanto a isto mais nada a dizer...
Quanto ao resto...bem tudo o resto está ainda desarrumado tal como o que falei que sei que amanhã permanecerá caído sobre o chão conspurcado do pensamento... Não quero mais falar, quero e espero que as forças ainda se mantenham porque tenho de conseguir, conseguir muita coisa...muito para contar, muito para viver e até ao momento, poucas respostas às constantes perguntas que surgem...