segunda-feira, 8 de março de 2010

Coelho, o predador...

Era um dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca com o notebooke pôs-se a trabalhar, bem concentrado.
Pouco depois passou por ali a raposa, e, viu aquele suculento coelhinho tão distraído, que chegou a salivar.No entanto, ficou intrigada com a actividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
- Coelhinho, o que está a fazer aí, tão concentrado?
- Estou a redigir a minha tese de doutoramento - disse o coelho, semtirar os olhos do trabalho.
- Hummmm... e qual é o tema da sua tese?
- Ah, é uma teoria para provar que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada: -Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.
- O coelho e a raposa entram na toca.Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma ostrabalhos de sua tese,como se nada tivesse acontecido. Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho, tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido.No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho a trabalhar naquela concentração toda.O lobo resolve então saber do que se trata , antes de devorar o coelhinho:
- Olá, jovem coelhinho! O que o faz trabalhar tão arduamente?
- Minha tese de doutoramento, seu lobo.É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos,somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.O lobo não se conteve e farfalha de risos com a petulância do coelho.
- Ah, ah, ah, ah!!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isso é um despropósito;nós os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos.-Aliás, chega de conversa...
- Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental.Você gostaria de acompanhar-me à minha toca?O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouve-se uivos desesperados, ruídos demastigação e ... silêncio.
Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido. Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado, a palitar os dentes.

MORAL DA HISTÓRIA:

1. Não importa quão absurdo é o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se as suas experiências nunca cheguem a provar sua teoria;
4. Não importa nem mesmo se suas ideias vão contra o mais óbvio dosconceitos lógicos.
5. O que importa é: QUEM É O SEU PADRINHO...

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